A principal vantagem das TVs sobre os projetores está na intensidade luminosa. O brilho emitido pelo painel de uma OLED ou MiniLED é sempre mais intenso, porque a luz sai diretamente da tela para os olhos de quem assiste. Já a luz de um projetor é direcionada a uma tela (ou parede) e refletida para o usuário.
Embora as TVs venham ganhando espaço na preferência da maioria, um projetor de ultracurta distância (UST) pode ser uma ótima alternativa para obter imagens brilhantes. Além de gerar imagens de até 150 polegadas (algo impossível numa TV de uso residencial), esses projetores podem ficar bem próximo à tela e, portanto, não sofrem tanto com a iluminação do ambiente.
120 polegadas a apenas 70cm da parede
A japonesa Epson, maior fabricante de projetores do mundo, lançou no ano passado uma interessante linha de projetores UST, com destaque para este LS650 que recebemos para teste. Relativamente compacto (pode ser acomodado em qualquer móvel e até transportado em viagens), esse modelo projeta imagens de até 120” a apenas 70cm da parede.
Faz parte de uma nova geração de projetores para uso em casa, com diodo laser e taxa de brilho de 3.600 lúmens, bem mais alta que a maioria dos modelos tradicionais. A Epson lançou também dois outros modelos na série EpiqVision, mas com brilho bem mais baixo.
Uma grande vantagem dessa luminosidade é poder usar o projetor também durante o dia, e com boa qualidade de imagem como apuramos em nossos testes. Com sua interface Android 11, que dá acesso a muitos apps, além do assistente Google e da conexão sem fio Chromecast, em certos momentos o LS650 chega a dar a impressão de que estamos assistindo a uma TV.
Alternativa mais barata ao 4K nativo
Embora sua resolução nativa seja Full HD, produzida por um chip 3LCD (com três elementos nas cores primárias), a Epson utiliza nesse projetor sua patente 4K Enhancement, baseada no conceito pixel-shifting. Nesse processamento, o chip é ligeiramente deslocado para captar dois quadros de imagem diferentes.
O movimento é tão rápido que acaba sendo percebido pelo olho humano como uma imagem de resolução duplicada. Ou seja, embora o projetor tenha resolução nativa 2K (1.920×1.080 pixels), a sensação é que se está vendo uma imagem 4K (3.840×2.160 pixels).
Essa técnica também é usada por outros fabricantes e tem a vantagem de baratear o custo do aparelho. Um projetor nativo 4K tem preço final bem mais alto. Outra vantagem que notamos está no sistema de áudio estéreo do projetor LS650, com amplificador interno Classe D e falantes da Yamaha. Observamos boa sensação surround e inteligibilidade nos diálogos dos filmes, mais ou menos como uma soundbar.
Além de duas entradas HDMI 2.0b (uma delas do tipo eARC, para ser ligada a uma soundbar ou receiver), o projetor Epson oferece um conector USB que pode ser usado, por exemplo, para ligar um receptor de streaming como Roku Express, Apple TV ou Amazon Fire TV.
O controle remoto é simples, com poucas teclas, mas fáceis de compreender mesmo no escuro; uma delas aciona o assistente de voz Google (não tem Alexa); e a comunicação do projetor com outros dispositivos também pode ser por Bluetooth.
Ajustes de imagem podem ser feitos com a câmera do celular
Para enquadramento da imagem na tela, o projetor possui pezinhos ajustáveis. Se a imagem não for projetada num retângulo perfeito, no menu há correções de efeito trapézio (keystone) em oito pontos e de distorção nos cantos (Quick Corner).
Pelo zoom digital, o tamanho da imagem pode ser dimensionado simplesmente movendo o projetor para mais perto ou mais longe da tela. A Epson oferece o app iProjection, que auxilia nesses ajustes com a câmera do celular ou tablet.
Disponível nas cores preto ou branco, o LS650 pode ficar discreto em um móvel planejado ou num rack baixo; recomenda-se uma altura de no máximo 40cm, para que a imagem de 120” seja projetada no meio da parede.
Avaliação: fácil integração com dispositivos Android
Após logar o LS650 numa rede Wi-Fi 5GHz, iniciamos as configurações com um smartphone Android. A interface permite navegar de forma fluida entre os apps e baixar quase todos os serviços de streaming, exceto Netflix como em outros projetores Android. A saída para isso é conectar um Fire TV ou outro receptor de streaming.
Para acompanhar as notícias pelo YouTube, por exemplo, bastou tocar no botão Chromecast do smartphone e direcionar a transmissão para o LS650. Além de facilitar pesquisas sobre qualquer assunto e buscas de conteúdo nos serviços baixados, o Assistente Google permitiu ativar lâmpadas e outros dispositivos vinculados à plataforma Android apenas com comandos de voz.
Em qualquer projetor, ajustes digitais para corrigir a geometria sempre geram um pouco de distorção, por isso procuramos usá-los o mínimo possível. Avaliando a definição geral da imagem, o LS650 não decepcionou.
Em O Senhor dos Anéis: Anéis de Poder (Prime Video), mesmo sendo um projetor Full HD, valorizou a profundidade das imagens simuladas, o que também aconteceu com outros filmes em 4K.
Contraste otimizado quadro a quadro
Entre os quatro modos de ajuste, o modo Natural foi o que apresentou melhor resultado em temperatura de cor, com tons bem equilibrados dentro do padrão Rec.709. Com os ajustes Contraste Dinâmico (Alta Velocidade), Melhoramento de Contraste Automático e Gamma Adaptável à Cena (os dois últimos regulados entre os níveis 7 e 10), o LS650 produziu contraste otimizado quadro a quadro.
Em John Wick: De Volta Ao Jogo (Blu-ray 4K), revelou detalhes em áreas escuras que já passaram despercebidos em projetores de baixo custo. Porém, não se deve esperar alta densidade de preto, fato comum na maioria dos modelos dedicados para home theater.
Já o brilho foi preciso, por exemplo, nas corridas em 4K HDR do game Forza Horizon 5 (Xbox), mesmo em nossa tela sem ganho (Matte White). Como medida de segurança, o aparelho desliga o laser logo que seu sensor detecta alguém próximo à lente.
O ajuste de Interpolação de Quadros, menos perceptível que o das TVs, deve ser desativado caso o usuário use esse projetor para games. Já o Mapeamento Dinâmico de Tons melhora a reprodução de imagens HDR.
A maior parte dos testes foi feita com a sala escura, mas quando usamos mais luminosidade o LS650 conseguiu apresentar cores vibrantes e consistentes, por exemplo, em Monstros no Trabalho (Disney+).
Vale lembrar: projetores UST podem exibir imagens ainda mais brilhantes em telas do tipo ALR (Ambient Light Rejecting), que rejeitam a luz ambiente. Independente da luz na sala, porém, um projetor como o LS650 com seus 3.600 lumens, permite obter numa tela ALR imagens tão claras e brilhantes quanto uma TV.
Por Alex dos Santos
FICHA TÉCNICAMODELO: projetor 3LCD Epson EpiqVision LS650 RESOLUÇÃO: Full HD (4K-Enhancement) ILUMINAÇÃO: Laser (vida útil: 20.000 horas) BRILHO: 3.600 lúmens TAMANHO DA IMAGEM: 60” a 120” ENTRADAS: 2 HDMI 2.0b (1 eARC) e 3 USB 2.0 (duas apenas para dados) OUTRAS CONEXÕES: Wi-Fi 2.4 ou 5GHz, Chromecast, Bluetooth 5.0, saída de áudio óptica e USB (5V/2A) ÁUDIO: Yamaha 20W RUÍDO: 36dB (Modo Normal), 23dB (Modo Econômico) DIMENSÕES (LxAxP): 46x13x40cm PESO: 7,4kg CONSUMO: 278W (Normal), 186W (Eco) GARANTIA: 2 anos** PREÇO MÉDIO: R$ 10.000 FABRICANTE: www.Epson.com.br **Com registro no site da Epson
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