Todo mundo gosta de música, certo? E quase todo mundo sonha ter em casa a melhor qualidade sonora. E o mercado oferece soluções para todos os ambientes de uma casa ou apartamento.
A questão é encontrar a melhor combinação custo x benefício, ou seja, um equipamento que atenda seus gostos e necessidades, dentro do seu orçamento. Para decidir, primeiro identifique em qual das três categorias abaixo você se enquadra:
1.High-end – Equipamentos top de linha, com a melhor qualidade disponível e de custo muito alto.
2.Intermediário – Produtos de qualidade boa ou razoável, com custo médio.
3.Popular – Custo mais baixo possível, mesmo que seja para sacrificar algum aspecto do desempenho.
A primeira categoria é realmente para poucos. Vale muito a pena, se você faz questão de um som primoroso e não tem problemas de orçamento. Mas a maioria dos brasileiros se situa dentro das outras duas.
Evite som abafado e distorcido
Produtos populares raramente satisfazem o consumidor minimamente exigente. Pode-se, por exemplo, encontrar caixas acústicas muito baratas e até de marcas conhecidas, mas não adianta alimentar ilusões: o som delas em sua casa será frouxo, abafado, sem brilho e provavelmente cheio de distorções.
O mesmo vale para receiver, amplificador e demais itens de um sistema de som. E na hora da escolha, o fator que mais costuma causar confusão na cabeça do usuário é a potência sonora.
É fácil se enganar, porque a tendência é achar que quanto mais altos os números, melhor a qualidade do produto.
É um erro, porque “potência” é apenas a especificação que indica se o aparelho pode tocar em alto volume. E, como sabe qualquer um que já assistiu a um show ao vivo, isso não é sinônimo de fidelidade sonora. Ao contrário, volume alto geralmente vem acompanhado de distorções que podem estragar o espetáculo.
Veja na seção “Testes” alguns dos melhores
receivers, amplificadores e caixas acústicas
que nossa equipe já avaliou.
A potência adequada a um ambiente pode ser calculada com base na geometria: largura x comprimento x altura. Um mesmo equipamento pode ter desempenhos bem diferentes numa sala com pé-direito convencional (2,70m) e em outra com teto alto.
Para a maioria das residências no Brasil, que têm pé-direito em torno de 2,70m, pode-se calcular algo como 2 watts/m2). Não é uma regra fixa, mas uma sala de 30m2 provavelmente estará bem atendida com um equipamento de 60W em cada canal.
Em tempo: outros fatores entram nessa equação, como a distância entre as caixas e entre elas e o sofá (veja isto); os materiais usados no piso, teto e paredes; e os próprios hábitos de audição do usuário.
Se a ideia é ouvir em volume alto, a recomendação é se garantir com mais potência. Agora, caixas acústicas não “têm” potência, dependem de um amplificador para alimentá-las. Na escolha, deve-se respeitar as especificações de potência e impedância de ambos.
Detalhe: quanto mais alta a potência do ou receiver ou amplificador, mais alta sua faixa de preço.
Aprenda a verificar a potência
Quando você vir nas propagandas que tal receiver ou amplificador tem X watts de potência, não se impressione. Esse número em si não significa muita coisa. É preciso saber como essa potência foi medida e qual o percentual de distorção. Os melhores fabricantes indicam desta forma:
Tradução: a potência do receiver foi medida em 80W RMS por canal, com 2 canais ativados, dentro da faixa de frequências audível para o ser humano (20 a 20.000 Hertz), na impedância de 8 ohms, apresentando distorção de 0,1%.
Para uma caixa acústica, a especificação deve ser semelhante a esta:
Tradução: a caixa não chega ao limite audível de graves (20Hz), mas 46Hz é uma excelente medição; 28.000 Hertz indica muito mais agudos do que nossos ouvidos alcançam, o que mostra ótimo desempenho em altas frequências. Tudo isso com variação de 3 decibels, para mais ou para menos.
Nesse caso, o fabricante recomenda usar a caixa com amplificador ou receiver de 30 a 200W, que trabalhem na impedância de 8 ohms.
Sensibilidade é a especificação que indica a capacidade da caixa responder bem mesmo com baixa amplificação. Caixas com menos de 90dB precisam de mais potência para tocar bem, ou seja, você terá de gastar mais com o amplificador (ou receiver).
Estéreo ou surround? Isso faz muita diferença
Claro, tudo isso quando não se trata de caixas acústicas ativas, que têm seu próprio amplificador interno. Com raras exceções, esse amplificador não atinge as especificações acima, devido ao espaço interno dentro da caixa e a suas características de construção, que são bem diferentes de um amplificador externo.
Já nos receivers, é preciso observar se a medição de potência foi realizada em estéreo ou surround, pois isso faz toda a diferença. Para um receiver de 7 canais, por exemplo:
Tradução: a potência chegou a 120W em 2 canais (240W no total); só que, assistindo filmes com todos os canais ativados (7), cai para 80W em cada um, na impedância de 8 ohms, com a distorção atingindo 0,02%. Ou seja, um desempenho bem satisfatório. O problema é que muitos fabricantes divulgam apenas a potência em 2 canais, induzindo o usuário a crer que aquela é a potência real do aparelho em todas as situações.
Quando esses dados não são claramente informados pelo fabricante, é de se desconfiar dos números. O que serve para mostrar que não se deve escolher equipamentos com base apenas nas especificações. Essas valem apenas como referência, e se forem muito abaixo daquilo que você busca, melhor descartar aquele produto.
O ideal mesmo – e mais seguro – é visitar uma loja especializada onde você possa ouvir os equipamentos. Melhor ainda: experimentar combinações diferentes de receiver (ou amplificador + caixas), para estéreo e surround. Aí, sim, essas dúvidas tendem a desaparecer.
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