O mercado de TVs caminha para um acirramento da disputa entre duas tecnologias: OLED e MiniLED. São os dois tipos de painéis mais usados atualmente nas melhores TVs (neste link, uma prévia do que vem por aí).
E, de certa forma, colocam em lados opostos os fabricantes coreanos e chineses. Enquanto os primeiros – LG e Samsung – apostam na evolução dos painéis orgânicos (OLED), os segundos rejeitam essa tecnologia como “inferior” e “menos confiável”.
Falamos basicamente de TCL e Hisense, as duas marcas que mais têm crescido no mercado mundial de TVs. A TCL, que chegou ao Brasil em 2016 através de parceria com a Semp, já ocupa o segundo lugar em vendas no país.
A Hisense chegou aqui no ano passado e se estrutura para brigar com as líderes. Seu crescimento vem sendo expressivo em todo o mundo (veja este link).
COMPARANDO OLED COM MINILED
No gráfico, atribuímos notas aproximadas a cada quesito que deve ser analisado na escolha de uma TV. Em três deles, as OLED ficam num patamar superior; somente no item “luminosidade” é que as MiniLED são melhores. Por isso, são recomendadas para quem prefere assistir em ambientes muito iluminados.
Quais são as melhores opções do mercado?
E como fica o consumidor brasileiro diante dessas opções? Samsung (1986) e LG (1996) são as marcas mais tradicionais e, por isso, mais lembradas pelos consumidores. Ambas apostam hoje numa diversificação que traz, de um lado, TVs com painel MiniLED (Samsung Neo QLED e LG QNED) e, de outro, com painel orgânico (OLED).
Ambas oferecem ainda TVs com painel LED convencional, que têm custo mais baixo e podem ser encontradas até em tamanhos gigantes, casos da Samsung Crystal DU8000 (98”) e da LG UT8050 (86”). Claro que, na comparação, não chegam perto das OLED nem das MiniLED.
Essas duas categorias repetem hoje a disputa que houve na década passada entre LCD e Plasma, com vantagens de ambos os lados. Essa briga às vezes ganha ares de FlaxFlu, com usuários até indo às redes sociais para extravasar suas opções por um ou outro.
QUANDO O PRETO VIRA CINZAEsta montagem, fornecida pela LG, dá uma ideia da principal diferença entre TVs OLED, LED e MiniLED. As duas primeiras são baseadas num painel LCD que precisa de um fundo luminoso (backlight) para gerar cores. O backlight produz uma enorme quantidade de luz, e parte dela “vaza” formando áreas acinzentadas sobre o fundo preto. Numa MiniLED, esse efeito é menos notado porque os leds são menores e mais fáceis de controlar. Já uma OLED não precisa de backlight, porque cada led orgânico produz sua própria luz: o fundo permanece preto o tempo todo. |
Critérios para escolher (bem) sua TV
Na prática, o que observamos é que, em termos de qualidade de imagem, as TVs são cada vez mais parecidas; mesmo as chinesas, que antes eram vistas com reserva, hoje entregam desempenho equivalente ao das coreanas (veja este vídeo). Para os saudosistas das marcas japonesas, como Sony e Panasonic, infelizmente elas deixaram o mercado brasileiro em 2021, e não há sinal de que pretendam voltar.
A escolha, portanto, deve se basear em pequenos detalhes que podem ou não ser importantes para o usuário. Os principais critérios que definem a qualidade de imagem numa TV são:
Contraste – Capacidade de revelar mais detalhes da imagem nas cenas escuras, muitos comuns em filmes e séries (como mostramos aqui). Tecnicamente, a taxa de contraste (contrast ratio) indica a diferença entre mais clara e a mais escura. Se a TV que você quer consegue mostrar com nitidez detalhes como fios de cabelo, pelos de animais ou diferenças em tons de pele, a taxa está ótima. Importante: você tem que ver isso com seus próprios olhos, sem levar em conta a taxa divulgada pelo fabricante.
Cores – Capacidade de exibir cores intensas e com a máxima gradação. O melhor teste aqui é verificar imagens de céu azul, detalhes de flores e plantas e tons variados de roupas e outros objetos coloridos. Se você nota instabilidade em alguma cor ou mistura aleatória de tons, pode ser falha de processamento. Vale a pena checar se a TV oferece ajustes eficazes para isso.
Luminosidade – Aqui, é preciso avaliar duas situações: cenas ao ar livre, sob sol, e cenas em ambiente fechado. Conforme o ângulo e a intensidade da luz, cores e contraste da imagem variam. Se o controle de brilho da TV é eficiente, isso não interfere na nitidez nem no detalhamento. Pode haver variações dependendo da iluminação da sala, mas as boas TVs atuais utilizam IA para fazer os ajustes automaticamente (aqui, mais detalhes).
Ângulo de visão – Um item que pode ser crítico em telas grandes. Diante da TV, procure andar de um lado para outro observando se há alterações das cores e na nitidez das imagens. Sempre há perdas quando se olha uma TV de lado, mas nas melhores esse problema é minimizado pelo painel interno da TV. Isso é importante, por exemplo, quando você reúne várias pessoas para assistirem juntas. Alguém fatalmente ficará numa posição lateral, e o ideal é minimizar a perda para essa(s) pessoa(s).
Slideshow: opções em TVs OLED e MiniLED no mercado

LG OLED C4 em 48”, 55”, 65”, 77” e 83” (veja o teste)

Samsung OLED S95D 65” (veja o teste)

TCL QD-MiniLED C755 em 65” e 75” (veja o teste)

Samsung Neo QLED QN90D em 43”, 50”, 55” e 65” (detalhes)
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