Caixas Polk Audio Signature: bookshelves com som de gente grande

A Polk Audio, adquirida em 2017 pelo grupo californiano Sound United, que detém marcas como Denon e Marantz, sempre foi reconhecida pelas caixas acústicas de bom custo-benefício. A série Signature, intermediária dentro do seu eclético portfólio, parece não fugir à regra. O conjunto para 5.1 canais que recebemos para teste chama a atenção pela aparência arrojada, ou como se apresenta o fabricante: “no real estilo HiFi americano”.

Design

O ambiente de 20m2 parecia pequeno para as bookshelves S20 como frontais, as S15 como surrounds, a central S30 e o subwoofer HTS10. A linha é formada por mais três torres, uma bookshelf ainda menor e mais uma central. Todas as caixas têm extremidades curvas e baffle com painel black piano pensado para destacar os drivers de cones prateados, no caso do midbass personalizado com uma sutil descrição à série Signature.

Como não havia crianças por perto, preferimos não usar a tela de proteção dos falantes com seus guias magnéticos (exceto o subwoofer) que acompanha cada modelo. O gabinete das S20 traz tweeter domo de teryleno, fibra sintética de poliéster leve e resistente, que visa estender agudos até 40kHz. O woofer de 6,5” projetado com cerâmica, bobina de quatro camadas e cone em polipropileno reforçado por borracha butílica.

Mais compactas, as S15 usam configuração semelhante às S20, embora com midbass de 5,25”. Comum em qualquer modelo surround, um pequeno orifício traseiro facilita a instalação na parede. O mesmo driver de 5,25” está presente em dobro na S30, com 51cm de largura, para ampliar a dispersão horizontal a um maior número de assentos na sala. Toda a linha está disponível nos acabamentos grafite fosco vinílico e nogueira americana (walnut). 

Subwoofer robusto

Se há uma caixa que não dá para considerar compacta neste conjunto é o subwoofer HTS10. Apesar de ostentar somente um front-firing de 10”, em meio a uma bela moldura piano black, esse sub tem 42cm de altura. Sua construção em MDF envolve braços adicionais, painel frontal espesso e cantos curvos. Tudo para manter a estrutura acusticamente inerte e reduzir ondas internas, que prejudicam a definição sonora.

O volumoso gabinete tem um propósito, conforme veremos a seguir, e um deles é abrigar o amplificador Classe D de 100W RMS contínuos (200W de pico). Na parte posterior, botões de volume, crossover ou passa baixa (40 a 160Hz), fase (0/180º), ligação automática (Power Auto), além de entradas RCA estéreo e mono (LFE) e trigger, para ativação por corrente (12V).

Tecnologias

Cada driver é desenvolvido com a tecnologia Dynamic Balance, que faz uso de computadores e equipamentos de testes a laser na análise de todo o projeto eletroacústico e mecânico. Visa identificar e erradicar os elementos que reduzem o desempenho. A ideia é garantir não só maior durabilidade com o uso dos materiais envolvidos, como melhor linearidade de frequências, alta eficiência e baixa distorção.

Outra patente da Polk é a Power Port, visível na forma de “armadura” fixada na traseira das caixas. No subwoofer, essa estrutura abrange toda a parte inferior e serve como base para o gabinete. No interior dessa peça de plástico rígido, há uma espécie de cone invertido posicionado exatamente na boca do duto de ar. Objetivo: reduzir em até 3dB as famigeradas turbulências, que geram perdas de energia, ruídos e distorções.

Avaliação

Caixas bookshelves de boa sensibilidade podem tocar bem até com receivers de baixa potência. Conectamos o conjunto a um aparelho de 95W por canal e logo ficou clara a necessidade de limitar o controle de volume a 80%. Foi o máximo para suportar, sem estresse auditivo, a trilha Dolby TrueHD/Atmos de Missão Impossível: Efeito Fallout, em especial a partir dos 53´ nas longas cenas de perseguição pelas ruas de Paris. A pressão sonora e a força dos graves se semelhavam ao de um sistema com caixas torres.

O subwoofer, evidente, era o grande responsável pelas extensão e profundidade de graves. Porém, sequer foi preciso ultrapassar os 50% no controle de volume do seu amplificador. As frontais S20 e a central S30 respondiam de maneira surpreendente batidas de carros, tiros e explosões. Para fechar a maratona com Tom Cruise, vimos Jack Reacher: Sem Retorno. A trilha DTS-HD MA bem mais calma, com muitos diálogos e efeitos surrounds sutis, nos permitiu conhecer mais virtudes do conjunto.

A S30 foi capaz de revelar sussurros e falas com clareza, ao mesmo tempo em que as S15 reproduziam toda a ambientação das cenas com naturalidade e realismo. A qualidade tímbrica do conjunto Signature ainda se tornaria evidente nas audições musicais, tanto em dois canais quanto em multicanal (modo 5CH), conforme constatado com o álbum What a Difference a Day Makes, de Ingram Washington (FLAC). Com ou sem subwoofer, o baixo acústico estava sempre presente, assim como a voz grave do cantor americano.

Já em estéreo, as S20 também mereceram elogios pelo bom detalhamento nas médias e altas frequências. Agora nos vocais femininos, como os de Melody Gardot (My One and Only Thrill/FLAC) e Susan Wong (Close to You/DSD), acompanhados de instrumentos elétricos e acústicos, somente as notas realmente mais altas não foram tão limpas e cristalinas quando comparadas às bookshelves de referências (B&W CM5 S2), relativamente mais caras, de nossa sala. Isso, no entanto, não nos impediu de desfrutar de composições de Chopin, na playlist Tidal Masters: Deutsche Grammophon 120, com marcante palco sonoro.

Ficha técnica

Garantia: 5 anos (3 anos para o amplificador do sub)
Distribuidor: www.Disac.com.br
Fabricante: www.PolkAudio.com

* Todos os modelos possuem impedância de 8 ohms.
** Preços sugeridos informados no mês de dezembro de 2018; é possível encontrar variações para baixo e para cima. Adquira de revenda oficial com nota fiscal, garantia e suporte técnico do representante oficial no Brasil.