4K na palma da mão: testamos um projetor ultraportátil

Desde que projetores digitais ultraportáteis chegaram ao mercado, no início dos anos 2000, foram raros os que nos surpreenderam como o CineBeam Q HU710PB, da LG. Embora lançado há quase um ano, continua sendo um dos melhores nessa categoria.

Pelo peso (apenas 1,5kg), praticidade (cabe na palma da mão) e versatilidade (vem com recursos smart), o CineBeam Q – um dos poucos ultraportáteis 4K no mundo – pode ser usado de várias maneiras.

Dá para montar um home theater em torno dele, que projeta imagens de até 120” com ampla gama de cores; ou deixá-lo num canto da sala, projetando as imagens no teto. O design permite ainda levar em viagens ou até usar no trabalho, desde que a iluminação do ambiente possa ser controlada.

Na verdade, o “4K” desse projetor é obtido através de um artifício: um módulo interno que aumenta a resolução da imagem (detalhes abaixo). Mas dificilmente o usuário comum percebe a diferença nesses casos.

Essa nova versão da série CineBeam traz design premium de linhas retas, em corpo metálico de tom cinza escuro. Uma alça cromada que gira 360º serve tanto para transporte quanto apoio do aparelho sobre uma mesa, por exemplo. O painel com a lente é revestido em vidro, num visual meio “vintage”.

Quase não há botões, apenas um STB ON/OFF (standby), útil para evitar desperdício de energia. Além da entrada HDMI ARC, encontramos uma USB tipo C, que aceita sinais de vídeo de um notebook, por exemplo, ou alimentação de uma bateria portátil opcional.

Ajustes e plataforma smart

Em nossa sala de testes, mesmo alinhado com o centro da tela o projetor CineBeam Q teve de ser instalado ligeiramente angulado para cima, com auxílio de sua alça. Utilizamos os ajustes digitais de foco e keystone H/V (também há um ajuste de rotação da tela) e, além do aspecto trapézio, enquadramos na tela as bordas da imagem (em até 15 pontos).

Uma pequena distorção nas extremidades da imagem sempre incomoda. Com o zoom fixo, foi preciso aproximação e recuo de 2,60m de distância para abrir a imagem em 100”. Uma dificuldade foi o limitado ângulo de alcance do controle que acompanha o projetor: seu único sensor IR fica atrás do aparelho.

Esse controle é simples de usar, com teclas para os três serviços de filmes mais populares no Brasil (Netflix, Disney+ e Prime Video), além de acompanhar o visual clean e elegante do projetor. Mas não tem microfone nem Bluetooth, e por isso o app LG ThinQ é uma opção para acionar o aparelho por voz na plataforma WebOS.

A interface é a mesma das TVs LG (no caso, atualizada para 2024), que tem navegação fluida e bem intuitiva. Algumas funções são comandadas por IA, como as sugestões de conteúdos e apps.

Pelo app LG ThinQ, pode-se espelhar conteúdos de um smartphone (Screen Share); se for um iPhone, a transmissão é por AirPlay 2, também com comandos de voz via Apple HomeKit.

Na ausência do conector LAN, o projetor da LG pode se integrar à rede da residência pelo Wi-Fi dual-band. E há ainda a dupla saída Bluetooth, que pode transmitir sinal de áudio simultâneo para dois fones de ouvido.

Avaliação: ideal para sala escura

Ao navegar pelos dispositivos conectados a nossa rede, o webOS do CineBeam Q permitiu transições rápidas como nas TVs LG. Sua ventoinha interna não é das mais silenciosas, mas longe de chamar atenção.

Por seu brilho baixo (apenas 500 ANSI Lumens), é preciso “driblar” qualquer incidência de luz na sala. Basta uma fresta de luz numa janela para prejudicar imagens escuras e de cores intensas.

No modo de qualidade Padrão, o CineBeam Q surpreendeu ao projetar uma rica paleta de cores em Moana – Um Mar de Aventuras (Disney+), com tons equilibrados. Destaque para as variações de azul, do marinho ao ciano, mais belas que na maioria dos ultraportáteis. Segundo a LG, a especificação de cobertura de cores é de 100% do padrão de Cinema Digital (DCI-P3).

Em partidas de futebol (ESPN), as cores ficaram mais saturadas no modo Vívido, permitindo até assistir com alguma luz ambiente. E o upscaling de HD para 4K resultou em imagens limpas e nítidas.

Calibragem de contraste e imagens rápidas

Para usar esses modos de imagem mais brilhantes, o ajuste de interpolação de quadros (TruMotion) precisa ser desativado no submenu Clareza. Essa combinação eficiente de brilho e cor se deve ao mecanismo laser de três canais (RGB), que oferece fluxos luminosos separados para vermelho, verde e azul.

Os modos Filmmaker e Espaço Escuro oferecem calibragem para melhor desempenho em contraste e imagens em movimento. Assistindo à série Senna (Netflix), vimos detalhes em partes escuras que ajudaram a prender nossa atenção.

Quando decidimos ver Batman (Prime Video), soubemos de fato até onde o CineBeam Q pode chegar em contraste. Embora seja um filme difícil nesse aspecto, o CineBeam Q mostrou nível de preto convincente. Mas nunca é demais lembrar: isso seria impossível se a sala não estivesse totalmente escura.

Já o som de 3W desse projetor, com um minúsculo falante (do tamanho de uma moeda), deve ser evitado. Melhor aproveitar sua conexão HDMI ARC para levar áudio – inclusive Dolby Atmos (pass-through) – a uma soundbar ou receiver. Ou então conectar uma caixa Bluetooth.

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