Anos atrás, a sigla IoT (Internet das Coisas) foi saudada como uma revolução nas redes de comunicação e dados. Cada dispositivo – fosse uma TV de 98” ou uma lâmpada – seria dotado de um sensor para se comunicar com outros aparelhos, permitindo uma integração total na casa.
Mas não demorou muito para os especialistas perceberem que essa facilidade viria recheada de riscos à segurança dos usuários. Os tais sensores de fato estão hoje embutidos em quase todos os aparelhos, inclusive as TVs. Com processadores cada vez mais potentes, elas ganharam poderes para se comunicar com outros dispositivos da casa – e, em alguns casos, até comandá-los.
Mas essa é apenas uma parte da história. Quanto mais dispositivos integrados, maiores as brechas na segurança do imóvel. E quanto mais conectada é uma TV, mais chances ela tem de ser “hackeada” (saiba como).
Solução mais segura: dois roteadores compartilhando a rede Wi-Fi da casa, com senhas diferentes
De fato, a integração com lâmpadas, câmeras de segurança, fechaduras, persianas etc. é uma das principais vantagens das melhores TVs lançadas a partir de 2024. Só que o uso da TV como item da automação na casa exige uma série de cuidados.
A começar da configuração básica: a TV conectada a um modem fornecido pelo provedor de internet. Em muitas residências, a operadora instala um modem que também faz as vezes de roteador sem fio. E aí moram vários perigos.
Esse modem oferece pouca ou nenhuma proteção contra invasões, deixando a casa vulnerável. Os especialistas em segurança recomendam evitar ao máximo essa solução. Melhor conectar o modem a um roteador Wi-Fi separado, de marca confiável e homologado pela Anatel, que venha com todos os protocolos de segurança instalados.
Para maior proteção, há quem use dois roteadores separando a conexão Wi-Fi: um para os computadores, smartphones e demais dispositivos que carregam informações mais sensíveis (dados bancários e de cartões de crédito, por exemplo); e outro para TVs, itens de automação e de uso eventual (para as visitas).
São duas redes independentes, cada uma com sua senha: se houver problema em uma, a outra não será afetada. Vale lembrar estudos recentes que mostram o aumento de casos de invasão através de TVs conectadas, exatamente devido ao fato de a maioria dos modelos não oferecerem proteção (veja este caso).
Códigos, senhas, firewall, monitoramento remoto: as várias formas de proteger a TV (e a casa)
Alguns fabricantes de TVs passaram a oferecer serviços próprios de segurança, caso da Samsung com o Knox Security. Trata-se de uma plataforma que monitora em tempo real o uso da TV no acesso a aplicativos e à internet em geral.
Segundo a empresa, funciona em várias camadas de segurança, com códigos, senhas e softwares que protegem não só a TV, mas todos os dispositivos conectados a ela (veja mais detalhes aqui).
A cada dia aumenta o número de dispositivos IoT, que permitem essa integração. Os próprios fabricantes de TVs incentivam os consumidores a utilizarem seus ecossistemas, conectando TVs, smartphones, caixas acústicas, eletrodomésticos, ar-condicionado etc. da mesma marca.
Mas é importante ficar atento aos riscos. Uma smart TV pode centralizar o controle desses e de outros itens da casa, inclusive utilizando assistentes de voz como Alexa, Google e Siri. Com isso, o usuário que está assistindo a um programa pode, por exemplo, receber alerta de uma câmera de segurança instalada nos fundos da casa; ou de um vazamento de gás na cozinha.
Se houver um sistema de automação instalado, esses controles geralmente já fazem parte da rotina dos moradores. As melhores marcas de automação oferecem sistemas de monitoramento online, e seus instaladores são treinados para instalar dispositivos de segurança como firewalls, autenticações e criptografia na rede.
Atenção para os riscos (que podem ser evitados)
Agora, veja quais são os riscos mais comuns quando essas providências não são tomadas:
Desproteção – Com a enorme quantidade de apps e serviços disponíveis, a TV desprotegida pode ser uma atraente porta para invasores.
Vírus – Assim como computadores e smartphones, TVs conectadas também podem ser contaminadas.
Privacidade – Se a TV está conectada na mesma rede dos computadores e celulares da família, fica mais fácil o roubo de dados pessoais como contas bancárias e cartões de crédito.
Desatualização – Nem sempre os fabricantes fazem a atualização de firmware necessária para proteger a TV.
Por fim, valem para a TV smart as mesmas recomendações sobre o uso dos demais aparelhos que acessam a internet. E, se todos compartilham a rede da residência, o mínimo que se exige é providenciar um bom firewall e um software antivírus.
Guia prático: como se proteger
* Desative câmeras e microfones da TV
* Desabilite na TV o recurso ACR (Reconhecimento Automático de Conteúdo)
* Não utilize a TV para acessar redes Wi-Fi desconhecidas
* Evite download de apps fora da loja virtual do fabricante
* Se sua TV é antiga e você não pretende trocá-la, utilize dispositivos externos de streaming, como Chromecast, Roku ou Apple TV, que são mais seguros.
* Nas configurações de privacidade da TV, desative a coleta de dados pessoais.
* Também nas configurações, acostume-se a fazer periodicamente a atualização do software; ou habilite o modo “atualizações automáticas”, se houver.
* Alguns apps solicitam acesso a câmera e microfone da TV. Não conceda.
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