Pedimos a pessoas importantes do mercado que comentassem os 20 anos da revista HOME THEATER & CASA DIGITAL e a evolução da tecnologia nesse período.
Veja o que eles disseram:
“É mesmo incrível pensar que já se passaram 20 anos! Vivemos tão intensamente nosso dia-a-dia que quase sempre não reparamos no passar do tempo. Mas não são todos que, mesmo vivendo intensamente, fazem bom uso deste tempo! A Revista HOME THEATER fez muito bom uso deste tempo e continua fazendo, gravando para sempre suas marcas na História do Áudio e Vídeo do nosso País! Tantas histórias vividas, tantos momentos importantes, tantas idéias novas, sempre baseadas na simplicidade e humildade desta direção. Os eventos idealizados e concluídos com sucesso, os encartes especiais, as reportagens, o início e a consolidação dos testes dos equipamentos, as visitas às feiras estrangeiras, sempre focados na busca de informações para alimentar seus leitores. Passou (e se atualizou) pelas mudanças nos meios de comunicação com a popularização da internet e as novas formas de divulgação através das mídias digitais, paralelas ao papel. E tudo em meio aos “senoidais” momentos políticos e financeiros de nosso País, muitas, muitas vezes desfavoráveis ao continuísmo dos negócios. Quantas empresas da nossa área esta Revista, inclusive, viu nascer e também morrer nestes 20 anos de vida!!! Participei com satisfação de vários destes momentos mas um em especial escolhi para lembrar que foi o encarte High-End, parte de uma quantidade limitada de edições da Revista HOME THEATER. Junto com outros profissionais da área, procurávamos por sistemas com particularidades High-End para visitar, fotografar e contar um pouco da história do mesmo. Muito aprendemos e divulgamos nesta época. Colaboradores dedicados e apaixonados compartilhavam informações, pesquisavam sobre produtos, sobre a origem dos nomes dados à estes, sobre as característica que tanto os diferenciavam dos demais. Caixas acústicas, cabos, amplificadores, conversores D/A, toca-discos vinil, e tantos outros… muito rica esta época para todos os envolvidos e também para os leitores. Só não gostávamos dos “prazos” para entrega do material pra Revista, pois como todo bom brasileiro acabava ficando tudo para a última hora, o que certamente resultou na perda de muitos fios de cabelo do Orlando (e meus também). Tenho o prazer de ter conhecido o Orlando, a Paula, o Alex, e apesar da distância deste nosso dia a dia sempre corrido, tê-los como amigos de coração! Posso afirmar que conhecê-los e compartilhar com eles tantas informações técnicas contribuiu enormemente para o meu aprimoramento profissional! Parabéns a todos por estes 20 anos com tanta dedicação e empenho para fazer da Revista HOME THEATER um ícone da História do Áudio e Vídeo do nosso País. Tenham certeza de que conseguiram! E com louvor!”
Paulo Sgambatti, Pro5 – Tecnologia em Sistemas Integrados
“20 anos é uma vida e uma longa história. A Revista Home Theater tem coincidentemente, a mesma idade da Disac. Poucas empresas no Brasil duram tanto tempo. Um motivo para se orgulhar e comemorar. Atribuo a este longo caminho de sucesso, uma determinação profissional, a perseverança de querer vencer num ambiente muito instável e à competência para se lidar com os problemas inerentes ao nosso país. As empresas se relacionam, bem como as pessoas. Somos parceiros da Revista desde o início e acho que nunca ficamos uma edição longe dela, se não me falha a memória. O que é motivo de orgulho, acredito de ambas as partes. Sinal também, de que se chegamos até aqui unidos, fizemos bem um para o outro. A Disac e seus colaboradores, além de mim, temos o grande prazer de fazer parte da história da revista e de ter em você Orlando um amigo e profissional competente que sempre nos incentivou e apoiou. Parabéns, e que continue sua trajetória com sucesso.”
Mauro Zucato Filho, Disac (SP)
“Me lembro como se fosse ontem: eu estava no Design Place, com o Carlos Alberto, e vi Orlando mostrar, com brilho nos olhos, o boneco do seu novo projeto. Era uma revista destinada ao mercado AV, que seria chamada de HOME THEATER. Pois é, 20 anos se passaram e vocês estão aí, firmes e fortes. Do fundo do coração, parabenizo a todos da equipe por este marco histórico e por todos os agradáveis momentos que passamos juntos. Espero estar lá e celebrar os 25, 30…”
Henry Lua, Audiogene (SP)
“A Neocontrol celebra em outubro de 2016 doze anos de trajetória e de parceria com a revista Home Theater. Com três plataformas de produto no mercado, temos como meta de 2016 estabelecer um novo modelo de fabricação em larga escala e alta tecnologia industrial garantindo qualidade e disponibilidade dos produtos no mercado nacional e internacional. Entretanto, na nossa trajetória, podemos destacar a cordial parceria com nossos integradores, associações e com a revista Home Theater, por quem temos muita consideração e a consciência da importância de cada um em nossa história.”
Gabriel Peixoto, Neocontrol (BH)
“Desde 1999, venho trabalhando como agente comercial na América Latina, representando fabricantes de áudio e home theater. Dos 25 países onde faço negócios, o Brasil é sem dúvida o mais complicado e desafiador. No mercado brasileiro, o governo é hostil aos importadores, impondo suas políticas de protecionismo até em categorias de produtos que não são fabricadas localmente. É um mercado onde as políticas governamentais punem os distribuidores, revendedores e consumidores, com impostos e taxas em cascata. Como resultado dessas políticas, um grande volume de produtos é vendido no mercado paralelo, anulando as tentativas do governo de aumentar a arrecadação e, ao mesmo tempo, estimulando a corrupção. Os importadores de produtos de áudio, no Brasil, enfrentam uma série de obstáculos que os intimidam. Para sobreviver e progredir, é necessário ter bons relacionamentos, sólido apoio jurídico, disciplina financeira e, mais do que tudo, capital. Descobri que meus clientes brasileiros estão entre os mais ágeis e criativos empresários latinoamericanos. Imaginem o que eles fariam atuando num mercado aberto! Em meus mais de 17 anos fazendo negócios no Brasil, a revista HOME THEATER vem desempenhando um papel muito importante, por seu apoio ao mercado. Sempre foi a publicação mais séria, não apenas cobrindo a indústria brasileira mas também mantendo os leitores informados sobre os mais recentes desenvolvimentos tecnológicos. Meus parabéns a Orlando Barrozo e sua equipe pelos 20 anos da revista, e por seus incansáveis esforços para promover a educação e o profissionalismo nesse mercado.”
Matthew Garfein, Audio Americas (Denon, Marantz, Definitive Technologies), Chile
“Vinte anos. O tempo passa depressa. Olhando para 1996, o mundo era outro, bem diferente do atual. Do ponto de vista tecnológico, a internet engatinhava no Brasil, os televisores eram de tubo e o videocassete ainda dominava o mercado. Eu trabalhava no desenvolvimento de produtos da Philips e tinha acabado de conhecer a primeira geração de TVs de Plasma. Tão diferente dos modelos de tubo, o produto inovou com seu painel de plasma que se conectava por meio de cabos ao receptor, alojado em uma caixa. No mesmo período, nascia a revista HOME THEATER. Era curioso observar a chegada de uma publicação nacional em um meio dominado por revistas estrangeiras, sendo que muitas delas já não existem mais nem na forma digital. E detalhe: trazendo informações valiosas que eram de difícil acesso, mas extremamente importantes para fãs e profissionais das áreas de áudio e vídeo. O mundo mudou e a tecnologia evoluiu a passos largos. Os anos seguintes trouxeram grandes novidades, do Blu-ray ao smartphone, e a HOME THEATER sempre acompanhou tudo de perto, noticiando em primeira mão muitas dessas inovações para o público brasileiro. Montei minha empresa, a AAT, em 2006, de forma meio artesanal, com um primeiro produto, o SA-500, um amplificador dedicado para subwoofer. Fincou raízes no segmento com esse modelo e os amplificadores da linha PM, ainda em sua primeira versão, produtos que logo chamaram a atenção dos aficionados por áudio. A história da AAT e da HOME THEATER se cruzaram no início de 2013, quando a marca se profissionalizou com o sólido objetivo de conquistar seu espaço no concorrido mercado eletrônico de consumo. O primeiro grande sucesso da AAT foi o subwoofer Cube, com driver de 8 polegadas. Hoje, não sou somente um leitor da revista. Sou fabricante e parceiro dessa que é a mais importante publicação brasileira do segmento. Três anos e alguns meses depois, temos uma linha completa com mais de 70 produtos. E a certeza de que a HOME THEATER fez parte desse grande sucesso, que é a AAT. Neste ano, minha empresa comemora 10 anos e a Home Theater, 20. E com certeza virão os 30 e os 40 anos… o tempo é aliado de quem trabalha sério.”
João Yazbek, Advanced Audio Technologies (SP)
“Lembro como se fosse hoje o meu primeiro projeto que saiu na HOME THEATER… Eu estava na antiga Casa Milton (acho que foi em 1998), e era bem simples (ainda com TV de tubo!), mas mesmo assim vocês publicaram, fotografado pelo grande Protásio Nene. Porém, o mais legal aconteceu quando um dos meus melhores clientes comprou o anuário HOME THEATER BEST 2006, a primeira edição em que saímos, e adorou um projeto nosso. O cara na época, sem me conhecer, chegou na loja com a revista debaixo do braço, jogou em cima da minha mesa e falou… ‘O senhor que é responsável por essa coisa aqui publicada’? Sem entender nada, confirmei que sim, e ele completou: ‘Eu não quero nem saber o que você colocou aí, ou quanto custou. Você vai entrar na minha casa e sair somente depois que ficar exatamente igual a esse da revista. Está excepcional a matéria, meus parabéns’! Anos depois, outros clientes fizeram coisas parecidas, com as nossas matérias da HT BEST 2011, 2012 e 2014… E nisso já se foram inúmeras vezes em que a Audio Excellence saiu na revista. Parabéns novamente pela luta diária (eu sei como é isso…) e que venham outros 20 anos pela frente”.
Roberto Mattos, Audio Excellence (RJ)
“Conheci o Orlando Barrozo há bem mais de 20 anos, no tempo da antiga revista VIDEO NEWS. Desde sempre mantivemos uma excelente relação comercial com a Som Maior, nossa empresa. Orlando fundou e tem sido editor e timoneiro chefe da Revista HOME THEATER, que agora completa 20 anos de vida. Só tenho elogios a fazer à publicação e ao seu mentor pela sua condução correta, imparcial, justa e honesta para com seus leitores e seus anunciantes. Creio que a Som Maior é um dos poucos anunciantes que nunca falhou uma edição sequer, estando presente em todas as edições da revista. Me orgulha poder atestar que a HOME THEATER merece todo o nosso apoio pelo excelente trabalho desenvolvido nestes 20 Anos! Parabéns, Orlando e toda a equipe que faz esta revista a mais respeitada do segmento.”
Luis Zattar, Som Maior (SC)
“A história de sucesso da Revista HOME THEATER coincide com o surgimento do setor de TV por assinatura no Brasil. Esta contemporaneidade, aliada à competência editorial, fizeram com que a publicação fosse rapidamente reconhecida como um dos mais conceituados veículos do setor. Foi falando da nossa paixão pela TV, compartilhada com o Orlando e outros colegas da HOME THEATER, que passamos a dividir visões e percepções. Tivemos o privilégio de dividir momentos únicos e marcantes no mercado, sempre retratados com o olhar diferenciado e especializado de seus profissionais. Repercutimos cada tecnologia, cada inovação e todas as novas possibilidades que se abriam a partir delas. E também vimos narrada nas páginas da revista a evolução da oferta da NET e da Claro HDTV. Nesses 20 anos, a TV por assinatura virou digital, HD, 3D, 4K… Passou a ser vendida junto com a banda larga e telefone, num novo conceito de “combo”. Chegou em geografias e segmentos que até então não a conheciam. Materializou a possibilidade de assistir o que quiser, quando e onde cada um de nós bem decidir. Hoje, pode parecer natural para as novas gerações, mas já foi quase um sonho para quem acompanhou esta jornada desde o início. A HOME THEATER esteve presente em todos esses momentos, sempre nos prestigiando com suas análises apuradas, trazendo as melhores tendências em entretenimento e nos presenteando com alternativas e configurações ideais para consumo de áudio e vídeo em casa. Com muito orgulho, os produtos e serviços da NET e da Claro equiparam muitas delas. Hoje é nossa vez de retribuir e parabenizar a revista HOME THEATER, por esses 20 anos de conteúdo de qualidade e de excelência. E desejar que possamos continuar escrevendo juntos muitos novos capítulos desta belíssima história da TV brasileira!”
Márcio Carvalho, América Móvil Brasil.
“Com muita satisfação recebi esse convite para falar um pouco do que observei ao longo dos 21 anos em que venho atuando no mercado de áudio, vídeo e automação. Como vem acontecendo, e ainda acontece com muitos dos que atuam profissionalmente no mercado, entrei no negócio movido por uma antiga paixão por áudio, somada a uma identificação com a área de TI, onde vinha trabalhando anteriormente. Neste início, o nosso mundo era habitado por videocassetes, TVs de retroprojeção ou as gigantescas e pesadíssimas TVs de tubo, de 40”; e, claro, receivers Dolby Prologic, enormes projetores CRT etc. Empresas especializadas eram poucas. Anos depois, principalmente devido à multiplicação de controles remotos pela casa, começou a se tornar comum e chique falar em automação. Mas isso era só para poucos: os que pertenciam à porção mais alta da pirâmide sócio-econômica. Depois vieram os laserdiscs, DVDs, pequenos projetores LCD, DLP, depois flat TVs, tecnologia Dolby Digital, DTS, Blu-ray, mídia center, internet… As empresas do ramo foram se multiplicando. Hoje, o ecossistema está totalmente diferente: um telefone, ou melhor, o smartphone é muita coisa, inclusive telefone. No nosso caso, através dele podemos controlar todo o sistema de áudio, vídeo, cortinas, ar condicionado, iluminação; nele é possível receber fotos, filmes ou música e ouvir e assistir no home theater; podemos estar em um país distante e receber um chamado do porteiro eletrônico da nossa casa e atender alguém à nossa porta, monitorar a casa através de câmeras instalada em alguns pontos… Com a explosão da internet, o mercado para os atuantes na área vem se tornando cada vez mais complexo e multidisciplinar. Nos primórdios, a maior parte da receita dos especialistas vinha da venda de produtos. A partir da onipresença da internet, globalização do mercado, e a consequente comoditização de produtos, o perfil do profissional mudou totalmente. Ele precisou aprender a cobrar corretamente pelo know-how e serviços. O modelo de negócios baseado em grandes margens na comercialização de produtos está, dia a dia, mais difícil de ser mantido. Considerando tudo isso, seria muito bem-vinda uma grande associação semelhante à CEDIA americana, onde a indústria e os instaladores juntos promovem cursos, treinamentos, feiras, debates, pesquisas, workshops, de maneira que todo o mercado é favorecido. Principalmente o consumidor final. Alguns anos atrás, houve uma tentativa nesse sentido, quando foi criada a ABEAV (Associação Brasileira das Empresas de Áudio e Vídeo), com importante participação da revista HOME THEATER que sempre nos apoiou. Tive o privilégio de participar da primeira diretoria e pude vivenciar importantes avanços no sentido do desenvolvimento desse mercado. Dentre várias ações, realizamos duas grandes feiras de áudio e vídeo, com muito sucesso, e também tivemos alguns treinamentos promovidos em conjunto com a CEDIA. Após dois anos, houve a troca de gestores e infelizmente não foi possível a continuidade de uma ”idéia” que poderia ser muito importante, principalmente no atual cenário. Hoje, quem decidir atuar na área deverá estar imbuído de muita vontade e principalmente coragem. Pois não há uma instituição de ensino que forme profissionais, prontos para atuar nessa área. A aprendizagem ainda é feita às custas de muito suor, experiência adquirida na base da tentativa e erro, e muito estudo. Ainda são raras as empresas que têm um bom planejamento e boa gestão do processo, dos recursos etc., de modo que os sistemas sejam implantados com sucesso e sem muita dor, principalmente do cliente. Semanas atrás, estive num evento promovido por um distribuidor e na roda de colegas um deles citou o desejo de que existisse uma associação do gênero. Seria desejável! Mas quem se aventura?”
Nelson Sassaki, Antares Digital Life (SP)