Eles chegaram ao mercado brasileiro em meados de 2009 e foram apresentados ao público como a evolução do LCD. Além da invejável espessura, os TVs LED-LCD também provaram ser mais econômicos e eficientes do que seus irmãos mais velhos. Isso sem falar no design, bem atraente.
Por outro lado, a mais antiga das tecnologias de tela fina, o plasma, que muito achavam estar com os dias contados, renasceu em grande estilo nos últimos anos. E até quem torcia o nariz para eles, teve que aceitar as melhorias relacionadas à qualidade de imagem, efeito burn-in (hoje controlado), variedade de recursos e até mesmo no visual. Mas, afinal, quem tem a melhor imagem? Quais os pontos positivos e negativos de cada tecnologia? Quem sai ganhando nesta disputa? Tudo isso você começa a descobrir a seguir.
ESPESSURA
Para entender como foi possível reduzir a profundidade das telas LCD, é necessário conhecer melhor os dois tipos de TVs com essa tecnologia. Os LCDs convencionais utilizam lâmpadas fluorescentes (CCFL) para a iluminação do painel. Nos LED-LCDs, essas lâmpadas são substituídas pelo backlight de leds (sigla que vem do inglês Light-emitting Diode ou “Diodo Emissor de Luz”). São pequenos dispositivos elétricos que emitem luz muito mais intensa e duram bem mais que as lâmpadas, ocupando menos espaço no gabinete.
A profundidade média dos LCDs convencionais costuma ficar entre 7,5cm e 8cm, o dobro da maioria dos LED-LCDs (com cerca de 3,5cm). É claro que existem algumas exceções. A LG tem em linha vários TVs LCDs com espessura de apenas 3,5cm. Entre os LED-LCDs está o TV mais fino do mercado: o modelo TV 3D Samsung UN55C9000, de 55”, que tem apenas 79mm de espessura.
Acompanhando a evolução no design, os plasmas também vêm ficando mais finos. A maioria dos novos modelos tem em média 8cm de espessura, mas a Samsung oferece telas de até 3,5cm, inclusive compatíveis com imagens em 3D.
CONSUMO DE ENERGIA
Neste quesito, os LED-LCDs continuam imbatíveis. Graças à eficiência do backlight de leds em relação às lâmpadas comuns, consegue-se maior luminosidade com menos energia. Outra boa notícia: o consumo vem caindo ainda mais nos novos modelos, característica que pudemos notar na prática durante os testes recentes de dois TVs desse tipo com 40”. Em média, o consumo foi de 110W (contra quase 130W dos primeiros modelos LED-LCD de mesmo tamanho lançados no País).
Os plasmas também estão avançando nesse sentido, a ponto de revelarem médias de consumo energético bem próximas das obtidas nos TVs LCDs convencionais. Medimos, por exemplo, o consumo do Panasonic TC-P50V20B (50”), que teve uma média de 140W, enquanto o Samsung 3D PL63C7000 ficou próximo a 240W – valor antes impensável num plasma com generosas 63”.
É importante ressaltar que esses números foram calculados após uma calibragem de vídeo feita para ver imagens no escuro. Se optarmos pelo modo de imagem dinâmico no Panasonic, o consumo salta para 400W. Já o Samsung apresenta consumo até 50% maior se a reprodução de imagem for em 3D, característica que se repete nos modelos dos outros fabricantes.
Os novos TVs de plasma e LED-LCDs também estão vindo com recursos que ajudam a reduzir ainda mais o consumo. Exemplo: modos econômicos que diminuem o brilho e o contraste para poupar energia. Com essa função ativada, notamos uma redução de até 20% no gasto energético (ao custo de um certo comprometimento na qualidade da imagem). Alguns modelos ainda vêm equipados com sensores de presença, que desligam a tela na ausência de espectadores no ambiente.
CONTRASTE
Aqui, a primeira dica é não se iludir com os “números estratosféricos” divulgados pelos fabricantes, que não seguem uma padronização. Na maioria das vezes, essas taxas não refletem a realidade do que se vê na tela, especialmente, durante a exibição de imagens escuras. Nesse caso, o grande desafio é conciliar preto consistente com ampla variação de cinza, o que permite ao espectador visualizar mais detalhes das cenas com pouca luz.
Antes da compra, faça você mesmo o teste do contraste, observando os TVs de sua preferência de perto. Em suas análises, tenha sempre em mãos um filme escuro em Blu-ray, como Batman – O Cavaleiro das Trevas, O Grande Truque ou Os Outros, e compare os resultados na própria loja.
Os novos TVs LED-LCD, principalmente os modelos topo-de-linha, oferecem ótimos níveis de branco e preto, além de reproduzir todas as gradações de cinza. Pode-se até dizer que o contraste destes TVs está cada vez mais semelhante ao dos plasmas, campeões absolutos nesse sentido. A semelhança é tanta que, comparando lado a lado TVs das duas tecnologias, a maioria das pessoas terá dificuldade de distinguir entre um LED-LCD topo-de-linha e um plasma de qualquer faixa de preço.
ÂNGULO DE VISÃO
Os plasmas ainda levam uma ligeira vantagem neste aspecto. Permitem, portanto, uma ótima visualização das imagens até mesmo quando os espectadores estão posicionados nas laterais da tela. Isso é uma característica da própria tecnologia: distribuídas por toda a superfície da tela, as células de fósforo, quando acionadas eletricamente, emitem luz em todas as direções e de maneira uniforme, garantindo um maior ângulo de visão com imagens praticamente de mesma qualidade.
Atingir essa uniformidade é bem mais difícil nos TVs LED-LCDs. A grande maioria dos modelos vendidos no Brasil é do tipo Edge-Lit. Essa tecnologia utiliza lâmpadas de led montadas apenas nas bordas do backlight, que espalham a luz sobre os pixels de maneira indireta. Sendo assim, a qualidade de imagem não consegue se manter 100% homogênea em toda a tela, algo que se torna mais evidente quando os espectadores se concentram nas laterais da sala.
Novos recursos vêm sendo criados pelos fabricantes para minimizar essa deficiência – e, em nossos testes, têm se mostrado bastante eficazes. Vale destacar também o uso de painéis IPS (In-Plane Switching). Philips, Panasonic e LG são algumas empresas que apostam nessa tecnologia, baseada no alinhamento horizontal dos cristais líquidos. Sua função é entregar imagens com cores mais consistentes e homogêneas, além de ampliar o ângulo de visão. Os painéis IPS também interferem positivamente na exibição de imagens em movimento (sem rastros) com rápido tempo de resposta – característica que também verificamos na prática.
TEMPO DE RESPOSTA
Os TVs de plasma continuam na frente na reprodução eficiente de cenas rápidas (esportes, corridas, sequências de perseguição), graças ao seu baixíssimo tempo de resposta: 0,01 milésimo de segundo. Essa especificação consiste no período em que os pixels levam para acender e apagar durante a reprodução das imagens, evitando rastros e borrões em cenas com muito movimento.
Nos LED-LCDs, o tempo de resposta varia. Para evitar rastros ou borrões nas cenas com mais movimento, os fabricantes vêm desenvolvendo processadores que conseguem responder mais rapidamente às mudanças nas cenas. De qualquer forma, dê preferência aos modelos com taxa entre 2 e 6 milisegundos. E lembre-se: quanto menor o tempo de resposta, melhor.
TAXA DE ATUALIZAÇÃO
Também é mais alta nos plasmas. Medida em hertz, a taxa de atualização (refresh rate) refere-se à velocidade do display para fazer a leitura de cada quadro da imagem, processo que depende de circuitos internos extremamente precisos. Essa especificação é importante para determinar a fidelidade da imagem, composta por quadros que se sucedem na tela. Quanto maior a taxa de atualização, mais rápida é a leitura dessa sequência de quadros, deixando as imagens mais naturais.
A maior parte dos TVs atuais trabalha com freqüência de 60Hz. Nos LED-LCDs, as taxas costumam ser mais elevadas: chegam a 120, 240Hz ou até 480Hz. Nos plasmas, a velocidade de atualização é de 600Hz.
PLASMAS THX
Presente em modelos da LG e da Panasonic, o modo THX adapta a imagem dessas telas aos rigorosos parâmetros estabelecidos pela empresa do cineasta George Lucas. Os técnicos da Lucasfilm dividiram os ajustes em duas categorias:
Desempenho do Dispositivo, que inclui luminância, contraste, color gamut (abrangência e precisão das cores), gama e resolução máxima;
Processamento de Sinal de Vídeo, que avalia características como contorno, redução de ruído, redimensionamento, conversão de movimento/vídeo e desentrelaçamento. O processo é bem simples. Basta selecionar o modo THX para que o ajuste seja feito automaticamente. O recurso funciona muito bem, desde que a sala esteja totalmente escura.
PAINEIS DE LED
Os TVs LED-LCD não são todos iguais. A grande maioria é do tipo Edge-Lit, com leds distribuídos pelas bordas da tela. Nessa tecnologia, a luz é espalhada sobre os pixels de forma indireta, o que pode comprometer a uniformidade da imagem. Para contornar esse problema, a Samsung e a Sony criaram uma espécie de painel difusor que opera as micro-lâmpadas individualmente de acordo com a imagem. Essa técnica, denominada pelas empresas como Precision Dimming (Samsung) e Dynamic LED (Sony), ajusta automaticamente o brilho em áreas que necessitam de maior luminosidade, obtendo melhor qualidade de imagem com menor consumo de energia.
Os LED-LCDs mais sofisticados utilizam a tecnologia Local Dimming (também chamada de Full-LED ou Direct LED). Nesse caso, os leds são distribuídos por toda a superfície do painel, garantindo uma maior homogeneidade da imagem e níveis de preto mais profundos. Por enquanto, apenas os modelos da série LX9500 (LG) ou os TVs XBR-HX900 (Sony) e 21:9 (Philips) oferecem painel desse tipo.